Fórum global do setor publica relatório durante sua Assembleia Geral, destacando as oportunidades trazidas pelo digital e a sincronização
De Madri
O mercado global de edição musical independente movimentou em 2022 € 2,43 bilhões (R$ 13,42 bilhões), um crescimento de 16,8% em relação ao ano anterior. Os números, que traduzem a exuberância do setor de edição — com a multiplicação das sincronizações em filmes e séries, além de negócios variados de licenciamento ligados ao digital — são o destaque da quarta edição do relatório Visão Global do Mercado, elaborado pelo Fórum Internacional dos Editores Musicais Independentes (IMPF).
Apresentado nesta quinta-feira (25) durante a Assembleia Geral da entidade, que reúne as principais editoras independentes do planeta em Dublin (Irlanda), o documento celebra o aquecimento do mercado ligado às letras de canções, as autorizações de regravações e outras oportunidades potencializadas pelo avanço sem freios do streaming. O crescimento do digital em determinadas regiões — Ásia, África e América Latina, sobretudo México, Peru, Colômbia e Brasil — se soma ao panorama de consolidação dos mercados mais maduros, fazendo prever crescimentos contínuos do segmento de edição independente para os próximos anos.
De fato, já para 2023, segundo a estimativa do IMPF, a expansão das receitas deverá ser da ordem de 8% a 12%, apesar da greve de roteiristas de Hollywood que manteve a produção audiovisual dos EUA em marcha lenta por meses. De acordo com o relatório, somadas, as receitas das editoras independentes reunidas no IMPF superam as da maior editora de música do mundo, um quadro que já havia se apresentado na edição anterior do documento e que permaneceu em 2022.
“É um prazer apresentar o crescimento contínuo do nosso setor e o domínio da comunidade editorial independente de música em termos de quota de mercado. No entanto, é também importante reconhecer os editores musicais independentes como os primeiros defensores dos criadores emergentes e como os seus primeiros parceiros profissionais. Onde quer que operemos, somos normalmente os mais fortes apoiadores do talento local, abrangendo uma vasta gama de gêneros musicais, incluindo aqueles que estão à margem e que não chegam necessariamente às manchetes ou aos grandes números”, disse a presidente do IMPF, Annette Barrett, também diretora-executiva da editora Reservoir Music.
Ela citou ainda que, nos últimos cinco anos, o mercado de música independente praticamente dobrou de tamanho, passando de € 1,25 bilhão para os atuais € 2,43 bilhões. Com oportunidades em mercados muito variados, como a Índia — lar da segunda maior indústria audiovisual do mundo, Bollywood —, Canadá, França e Estados Unidos, o relatório do IMPF dedica capítulos especiais a esses e outros territórios.
LEIA MAIS: Clique aqui e veja o relatório completo (em inglês)
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